As gêmeas australianas que fazem tudo juntas – até falar

Crédito, Paula e Bridgette Powers
Irmãs fundaram um refúgio para aves marinhas
As gêmeas australianas Paula e Bridgette Powers fazem tudo juntas: moram juntas, trabalham juntas, ficam doentes juntas e...falam juntas.
Ouvi-las é como perceber um eco: uma começa a falar e a outra acompanha, com muito pouco tempo de diferença, a fala lenta da outra. As duas, que tem "cerca de 40 anos", contaram ao programa de rádio Outlook da BBC que falam juntas sem olhar para a outra instintivamente.
"Quando éramos crianças tínhamos nossa própria língua de gêmeas, para ninguém nos entender. Agora isso acontece naturalmente. As pessoas acham que é forçado, mas não é", afirmam.
E quando estão sozinhas, como conversam entre si?
"Temos conversas como qualquer outras duas pessoas teriam. Sem falar ao mesmo tempo, só fazemos isso quando falamos com outras pessoas”, explicam.
"Sabemos que somos dois indivíduos, mas não podemos negar o que somos. Sabemos que muitos ficam incomodados quando falamos ao mesmo tempo, mas azar o deles", dizem as duas, em uníssono.
Questionadas sobre o que é diferente nelas, as duas têm dificuldade para responder.
"Nossa personalidade é a mesma, a gente se sente... é difícil explicar. Talvez (seja) como um ímã grudado numa geladeira", dizem.
Gêmeas idênticas, as duas afirmam que a família consegue diferenciá-las, mas que ninguém nunca as chama pelo nome – nem mesmo seus pais.
"Todo mundo nos chama de twinnies (algo como "gemeazinhas"). E, quando estamos sozinhas, chama cada uma de twinnie", contam, felizes.
Separação
Paula e Bridgette também adoecem ao mesmo tempo. No momento da entrevista à BBC, as duas disseram que estavam gripadas e que estavam tomando o mesmo antibiótico.

Elas dizem que planejam um futuro juntas
Quando tinham 17 anos, Paula teve apendicite e, duas semanas mais tarde, Bridgette sofreu da mesma infecção e também precisou ter o apêndice removido.
Os médicos, afirmam, não conseguiram explicar o motivo de elas terem tido o mesmo problema com tão pouco tempo de diferença.
Foi a primeira vez que elas precisaram passar um tempo separadas.
"Não gostamos (daquela ocasião) porque não nos sentimos como nós mesmas, nos sentimos vazias, foi uma época miserável para nós."
Na infância, contam, a mãe já havia tentado separá-las uma vez, mas elas choraram tanto que ela teve de voltar atrás.
Até hoje, as duas dormem no mesmo quarto. Isso significa que não há muita privacidade para relacionamentos – mas elas dizem que não têm tempo para isso.
"Não estamos em um relacionamento no momento. Estamos muito ocupadas cuidando de aves marinhas e da vida selvagem."
Juntas (é claro), as duas fundaram o refúgio Twinnies Pelican and Seabird Rescue, na região de Sunshine Coast, na Austrália.
Elas contam que a melhor parte do trabalho é quando conseguem devolver uma ave que estava machucada para a natureza.
"Temos um espécie de cerimônia, sempre damos um beijo de boa sorte e as mandamos para a liberdade."
Sem surpresas, as duas planejam um futuro juntas: querem viajar o mundo vendo pássaros e animais marinhos.