'Quero voltar a ser bonita': o drama das irmãs que tiveram rostos queimados na guerra da Síria
As irmãs Qamar e Rahaf tiveram boa parte do rosto e das mãos queimadas quando uma bomba atingiu a casa delas, há seis anos, na Síria. Elas estavam dormindo e o lençol de suas camas pegou fogo.
A Síria enfrenta uma guerra civil que já dura oito anos e matou centenas de milhares de pessoas.
Desde o incidente que as feriu, as duas tiveram que passar por dezenas de cirurgias. Qamar precisou, por um bom tempo, usar uma máscara sobre o rosto, para que a pele pudesse se recuperar.
"Quando eu era pequena, as pessoas diziam que eu era bonita. Eu quero ser bonita como era antes", diz a menina, de nove anos.
A princípio, as irmãs ficaram tão traumatizadas com as queimaduras que sequer queriam sair de casa. Aos poucos, foram se recuperando. Hoje, são excelentes alunas na escola. Mas tiveram que lidar com o bullying de outras crianças.
"Os meninos tiravam sarro de mim: 'Olha, o rosto dela é desfigurado!"', relata Qamar.
"Peço para Deus me curar", diz Rahaf. "Eu também. Eu quero ser mais bonita do que era antes", completa Qamar, que ainda terá que ser submetida a novos procedimentos cirúrgicos.
Os pais das meninas temem que elas sejam alvo de preconceito e estigmas. Mas as crianças têm grandes planos para o futuro.
"Eu gosto tanto dos médicos! Eu não gosto de hospitais, mas quero ser médica, para ajudar os pacientes a ficarem ainda mais bonitos do que antes", diz Qamar.